Jornal do Oeste compartilha entrevista concedida pela Presidente da CONTIC, Vivien Mello Suruagy, acerca da Revolução Digital.
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Contic: “Brasil precisa estar preparado para a revolução digital”
A Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) foi criada em outubro do ano passado, a partir da união da Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel), da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo) e da Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra).
Vivien Mello Suruagy, presidente da Contic, destaca a importância da tecnologia para garantir a competitividade e o crescimento da economia brasileira.
“A função precípua da confederação é, primeiro, dar estabilidade para empresas e pessoas nos setores de informática e telecomunicações”, disse Vivien. “E, segundo, promover, com os pés no chão e de uma forma bem sólida, a revolução digital no país.”
A executiva destacou que os países desenvolvidos buscam a liderança em áreas como inteligência artificial e robótica, e o Brasil não pode ficar para trás.
“Também temos o 5G (telefonia móvel de quinta geração) chegando por aí e temos de estar preparados para enfrentar essa revolução tecnológica, que fará com que sejamos mais eficientes”, afirmou.
Desafios ao desenvolvimento
A presidente da Contic destacou alguns obstáculos que existem hoje a uma adoção mais ampla da tecnologia da informação e comunicação no Brasil.
Um deles é a carga tributária elevada. “Temos em média 47,5% de tributos cobrados sobre as receitas de telecomunicações”, disse. Ela acrescentou que, nos últimos anos, a carga tributária cresceu 223%, enquanto a receita das empresas avançou 140%.
O setor de telecomunicações também recolheu, desde 2001, R$ 86 bilhões em fundos setoriais. Mas, segundo Vivien, somente 7% desse valor foram alocados ao setor.
Ela destacou também a necessidade de atualizar a legislação do setor de telecomunicações. “Vivemos sob a égide de uma norma que privilegiava a voz”, explicou. “Mas a população quer internet, banda larga, agilidade, conectividade global e, cada vez mais, terminais sofisticados.”
Vivien defendeu a criação de mecanismos de incentivo ao investimento em banda larga e mobilidade. “Precisamos transformar aquela polêmica sobre bens reversíveis em recursos para investir em telecomunicações, mas de uma forma proativa que gere desenvolvimento para o país”, disse.